Após onda de furtos, moradores vigiam bairro e reivindicam segurança

“Eu estava grávida de oito meses, um indivíduo entrou de madrugada na minha casa, me ameaçou e disse que queria dinheiro”, o relato é de uma das moradoras do bairro Jardim Figueira, que foi vítima de uma tentativa de roubo em outubro.

 

Era por volta de 1h30, quando a mulher ouviu um barulho, viu vultos no quintal e em seguida o indivíduo já estava entrando em sua casa, do lado de fora do portão estava outro comparsa. “Ele dizia que queria dinheiro, que precisava, porque usava drogas. Foi um momento de pânico. Falou que ia me machucar, comecei a chorar, colocar a mão na barriga para ver se tinha piedade, mas ele disse que precisava de dinheiro, senão ia me machucar. Tampou o rosto o tempo todo com a touca da blusa. Viu que eu não tinha dinheiro e fugiu”, contou a vítima, relatando ainda que em cinco anos sofreu também outros quatro assaltos. “A gente nem investe mais, porque já levaram muita coisa, em uma outra situação levaram TV, bijuterias, notebook.

 

CASOS RECENTES

Por medo, os moradores preferem não se identificar. Segundo ele, o número de ocorrências no bairro tem aumentado. “Na minha casa entraram no domingo, dia 17 de novembro, por volta das 3 horas da madrugada. Eu e minha filha estávamos dormindo, ouvi um barulho, fui verificar e constatei dois policiais no meu quintal.

 

Eles me informaram que o portão estava aberto. Só quando eles foram embora que entrei e pensei em assistir TV, constatei que tinha sido levada. Agora dormimos com um olho aberto e outro fechado”, contou outro morador.

 

DOMINGO (1)

Um dos últimos furtos foi registrado em uma casa na Rua 30. “Chegamos em casa por volta das 3 horas da madrugada de domingo, constatamos que o portão estava estourado e a porta aberta. Levaram TV, notebook e dinheiro que estava na bolsa da minha esposa. Entramos em contato com a polícia e fizemos o Boletim de Ocorrência”, destacou o morador.

 

Há uns 15 dias, outra residência foi alvo de bandidos que agiram com moradores dentro de casa e dormindo. “Invadiram de madrugada, não vi nada. Pularam o muro, que é super alto. Levaram TV e vídeo game. Acordei às 5 horas e percebi que os produtos tinham sido levados. Fiquei em pânico e fui ver meus filhos que também dormiam. Estão muito audaciosos”, contou uma das vítimas, que disse também ter feito o Boletim de Ocorrência.

 

Uma outra moradora relatou que também levaram um susto ao constatarem um indivíduo no quintal da casa. “Foi na quarta-feira (27), era umas 23h30, meu marido estava assistindo jogo, ouviu barulho, foi ver o que era, se deparou com um rapaz dentro do quintal, aí ele fugiu correndo, pulando muro.

 

Era moço jovem, barba cerrada e o muro da minha casa é bem alto. A gente fica com medo, chegar e encontrar alguém dentro de casa. Fizemos um Boletim de Ocorrência de tentativa de roubo”, destacou.

 

Da mesma forma e na mesma semana, duas outras residências foram alvos do mesmo modo. “Na minha pulou o muro, a janela do meu quarto estava aberta, fui fechar e ele fugiu. Ficamos assustados, trocamos a noite pelo dia, ninguém dorme mais”, disse ao lado de uma outra moradora, que também teve esta surpresa.

 

“Na minha casa, foi na quinta-feira. Ouvimos barulho, acordei meu esposo. O indivíduo tentou abrir a janela, acendemos as luzes, ele fugiu. Pulou o muro do fundo, andou pelo telhado e desceu para tentar entrar, eram quase 3 horas da madrugada”, observou a dona de casa.

 

MOVIMENTO

Assustados com o número de casos registrados no bairro, moradores decidiram se unir e fazem um movimento para melhorar a segurança. Entre as ações, montaram um grupo para se comunicarem quando percebem qualquer movimento estranho. “É uma segurança nossa, a gente tomou por nós mesmos a iniciativa.

 

Estamos atentos, uns não estão nem dormindo à noite devido ao risco que estamos correndo. Estamos em alerta para qualquer barulho, pessoas ou carros estranhos na rua. Esse momento que estamos passando tem desenvolvido para caminharmos mais um do lado do outro e se conhecer, cuidar das coisas do outro também. Tem ganhado uma grande proporção”, destacou um dos integrantes.

 

Além de montarem grupo para se comunicar, recorrem a outras ações. “Já fizemos reuniões, estamos organizando abaixo-assinado e também em contato com autoridades para reforçar a segurança”, relataram.

 

Por Janaína Moro – Diário do Rio Claro


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