Se a política petista incomoda a direita, com a esquerda não é diferente. Fica aqui meus votos de gratidão às decisões em alta escala do partido. Como diz o ditado: “Ajoelhou, agora vai ter que rezar”.
Obrigado PT, as centenas de milhares nas ruas deve-se exclusivamente a você, que perdeu qualquer prestígio popular tentando agradar a direita, e ainda assim tem sido humilhado por todos os partidos dessa corrente.
Obrigado PT, por defender a democracia e a estatização da Petrobrás, mesmo tendo em 2013 colocado o exército brasileiro nas praias cariocas para conter as manifestações contra o leilão do Pre-Sal para a inciativa privada.
Obrigado PT, por mais uma vez utilizar o Exército nas ruas para socar guela abaixo uma Copa, onde as grandes corporações saíram como todo o lucro, além de ganharem isenção fiscal. O povo pobre, que sempre te elegeu, só viu pela TV.
Obrigado PT, por ser contra o “golpismo” após dar o maior golpe da história nos movimentos sociais após o segundo turno, que tem sido chamado também de estelionato eleitoral.
Obrigado PT, por sujar a bandeira da esquerda com políticas neoliberais.
Obrigado PT, por trair todas as forças que convergiram para sua reeleição no segundo turno.
Obrigado PT, por usar a base do MST como massa de manobra, mesmo sabendo que o latifúndio avançou muito mais que a reforma agrária no seu (des)governo.
Obrigado PT, por usar a CUT como massa de manobra, mesmo cortando direito dos trabalhadores e aposentados.
Obrigado PT, por adotar o marketing da “Pátria Educadora”, e propor corte de 14,5 bilhões na educação.
Obrigado PT, pela omissão na aprovação do Novo Código Florestal.
Obrigado PT, por tentar cooptar o ato dos professores na sexta, colocando a bandeira partidária sobre uma causa que é consenso na sociedade, e muito maior que você, inclusive.
Obrigado PT, por nomear o que existe de pior na política para todos os ministérios.
Obrigado PT, por negociar verbas do BNDES para a Globo em troca de uma trégua nas eleições de 2002.
Obrigado PT, pela carta à sociedade brasileira, onde jurou que daria o que fosse possível aos pobres, mas sem tocar nos ricos.
Fica aqui minha eterna gratidão, e meu imenso arrependimento (que eu já imaginava) por não ter votado nulo no segundo turno.
O lulismo é a nova versão do varguismo.
Rogério Borges
Geógrafo, Músico, Produtor Cultural.