O governador Geraldo Alkckmin comentou nesta quinta-feira (14) as manifestações contra o aumento das tarifas do transporte público em São Paulo. Após o ato da última terça que terminou com 13 detidos e alguns feridos, estão programados dois novos protestos na capital paulista nesta quinta, um em frente ao Theatro Municipal, no centro, e outro no Largo da Batata, zona oeste, ambos às 17h.
Ele deu a entender que os atos do Movimento Passe Livre (MPL) não são legítimos por causa do “vandalismo”. “Manifestação legítima, pacífica, é nosso dever até acompanhá-la, dar segurança. Não tem nenhum problema, isso é extremamente positivo. Agora, outra coisa é vandalismo seletivo. Não teve manifestação quando a inflação passou de 10%”, disse o governador.
Alckmin justifica o aumento dos preços de passagens de ônibus, trens e metrô de R$ 3,50 para R$ 3,80 (aumento de 8,57%) argumentando que a alta é menor que a inflação oficial (IPCA), que fechou 2015 em 10,67%.
Além disso, o governador citou grupos que já têm o benefício da gratuidade nos transportes, como estudantes de baixa renda, desempregados, idosos, deficientes e o trabalhador que recebe vale-transporte. Ele ainda lembrou que os bilhetes únicos semanal, mensal, 24h e “madrugador” (que entra no metrô antes de 6h15) mantiveram o mesmo preço do ano passado.
Alckmin também questionou os manifestantes, comparando a pauta com outro aumento de tarifa em nível nacional: “Estranho, não houve nenhuma manifestação quando a energia elétrica subiu 70%”. E emendou: “Então, vandalismo seletivo, não”, repetiu. “Isso o paulista sabe diferenciar bem as coisas, e não aceita”.
Força policial
Alckmin também comentou a força policial utilizada no último ato do Movimento Passe Livre, na terça (12), quando bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral foram arremessadas para dispersar os manifestantes na Praça do Ciclista (cruzamento da Avenida Paulista com a Rua da Consolação) antes mesmo de a passeata começar.
“Alguns não querem manifestação, querem confronto com a polícia para sair na mídia”, afirmou o governador.
A justificativa oficial para o uso da força é que os manifestantes tentaram fazer outro percurso não previsto, descendo pela Avenida Rebouças em vez da R. da Consolação. Os policiais foram criticados, no entanto, por não terem deixado rotas de fuga abertas no momento em que se decidiu dissolver o ato, algo previsto em manual da própria Polícia Militar e em orientações de ações policiais de rua da Organização das Nações Unidas (ONU).
Alckmin lembrou que a cidade tem 12 milhões de habitantes e o trânsito precisa de ser desviado a partir de um roteiro previamente estabelecido. Ele lembrou a Constitução Federal, que exige que as autoridades sejam avisadas de manifestações.”Você faz uma reunião (…) e ninguém comparece”, criticou, por fim, o governador, por causa da ausência de membros do MPL em reunião agendada pela Procuradoria para esta quinta de manhã.
(Foto do texto: Agência Brasil)
Alckmin deu entrevista coletiva colhida pela repórter Jovem Pan Renata Perobelli
Fonte: Jovem Pan
Em nome da “ordem”, a PM de São Paulo interditou completamente a Av. Paulista por mais de 3 horas, cercando e envelopando a concentração do 2o Ato contra o aumento da tarifa e impedindo, de fato, o direito à livre reunião e manifestação garantido pela constituição federal. Cerca de 10 mil pessoas foram impedidas de percorrer o trajeto até o Largo da Batata: a polícia só autorizaria o ato a se mover caso fosse em direção ao centro, de onde chegavam informações de cerco de policiais até a Av. São Luiz.
Após horas de impasse, sem que houvesse qualquer agressão ou dano ao patrimônio por parte dos manifestantes, a polícia reagiu com bombas de dispersão, provocando correria e pânico. O ato se dividiu em vários grupos menores que se espalharam e foram perseguidos com muitas bombas e tiros pelas ruas adjacentes, todas ocupadas com forte presença policial.
Não acreditem no que ouvem na TV. Não reclamem da revolta popular. Não julguem quem está nas ruas em defesa de direitos.
Todo mundo que se diz democrata deveria estar horrorizado nesse momento.
#PasseLivre #ProtestoNãoÉCrime