Como o Prédio do Museu NÃO virou Estacionamento

A transcrição desse meu artigo, publicado no Jornal Cidade de Rio Claro em 17 de outubro de 1969 – há 47 anos – eu com 17 anos – conta o início de uma história de pessoas idealistas e abnegadas, com muito amor pela cidade, e que lutaram pela defesa do Patrimônio Histórico e Cultural de Rio Claro. É uma homenagem especial a Profa. Dra.

 

Jeanne Berrance de Castro (UNESP), a principal responsável por salvar o prédio onde foi instalado o Museu Histórico e Pedagógico Amador Bueno da Veiga, e ao Dr. Álvaro Perin, prefeito na época, e que muito colaborou para tornar sonho em realidade. O prédio em questão provavelmente seria demolido e a área seria transformada em estacionamento dos caminhões da CARACÚ. A Profa. Dra. Jeanne impediu que isso acontecesse.

 

Esse artigo que foi publicado no JORNAL CIDADE DE RIO CLARO, acordou a população e as autoridades. O prédio do Museu estava praticamente desativado, a diretora sem apoio. Eu tinha que fazer algo. Em artigo posterior, “Sociedade Amigos do Museu” que escrevi em 02 de novembro (15 dias após o primeiro) eu tracei as linhas para que realmente o Museu fosse implantado e funcionasse no prédio em questão. E assim aconteceu…

 

“O MUSEU HISTÓRICO E SUAS ATIVIDADES CULTURAIS

 

Por Jenyberto Pizzotti
 

(Publicado no Jornal Cidade de Rio Claro em 17 de outubro de 1969 há 47 anos)

 

Grande parte da população rioclarense não recebe informações, ou recebendo-as prefere ficar à margem dos acontecimentos culturais que se realizam na cidade.

 

Uma das realizações culturais das mais importantes que acontecem em nossa cidade é a luta de umas poucas pessoas bem intencionadas para a formação da “Sociedade Amigos do Museu da Cidade”.

 

A profa. dra. Jeanne Berrance de Castro, emérita Diretora do Museu da cidade, em entrevista concedida a mim, e a José Eduardo Simões, esclareceu que os objetivos da Sociedade Amigos do Museu, é fazer com que as pessoas de diferentes camadas sociais, participem das atividades do museu. E acrescentou que o museu não é uma entidade cultural afastada numa “Torre de Marfim”, mas sim, uma entidade ativa, participante.

 

O museu foi instalado oficialmente em 1962, na Câmara Municipal, numa sessão solene na qual compareceu toda a Câmara de Rio Claro, o Secretário de Educação, o Diretor do Museu Histórico e Pedagógico de São Paulo, dr. Vinicio Stein de Campos, e o historiador Aureliano Leite, que realizou uma conferência.

 

Com o apoio da edilidade rioclarense, foi apresentado pelo dr. Oswaldo Casella, vereador naquela ocasião, projeto de lei propondo a cessão do prédio da Avenida 2 nº 572 para nele ser instalado definitivamente o Museu de Rio Claro. Assim, pela Lei Municipal nº 835 de dezembro de1962, foi salvo um imóvel de grande valor arquitetônico, propriedade do povo de Rio Claro e destinado a uma instituição cultural considerada pela UNESCO como poderoso agente de educação.

 

Nessa mesma entrevista citou os nomes dos srs. Oreste Armando Giovannni e dr. Augusto Schmidt Filho como pessoas que muito colaboraram para a Cultura do Povo de Rio Claro.

 

Os órgãos competentes da Administração Pública e o povo em geral, devem se interessar, e dar mais apoio a diretora do “Museu Amador Bueno da Veiga”, representada principalmente pela fundadora do citado Museu, e grande batalhadora no campo cultural rioclarense, profa. Dra. Jeanne Berrance de Castro.

 

Sobre a organização da “Sociedade Amigos do Museu da Cidade”, podemos acrescentar que já estão sendo lembrados, nomes de suma autoridade e conhecimento da causa, como o de Oscar de Arruda Penteado, José Constante Barreto, Enock Borges de Oliveira, Humberto Garibaldi Pizzotti, Prof. Marcelo de Mesquita, e outros residentes em São Paulo: Ministro Romeu Ferraz (ora aposentado do Tribunal de Contas – e o primeiro historiador de Rio Claro), os drs. Italo e Mário Minieri, os pintores rioclarenses Guerino Grosso e Nicola Petti.

 

Os componentes da Edilidade que naquela época participaram da instalação do Museu, atualmente em número de cinco, são eles: o Dr. Waldemar Karan, Presidente da Câmara, Pedro Cury, Sylas Bianchini, e Roberto Cesar, que apoiados pelos pares atuais, irão estudar com a devida atenção, temos certeza, incentivos e recursos que se farão necessários para o real funcionamento, que tornará sem dúvida esse centro de divulgação cultural, verdadeiro orgulho para a cidade de Rio Claro, que continua tão bem administrada pelo ilustre prefeito dr. Álvaro Perin”.

 

Por Jenyberto Pizzotti


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