Aos dezessete dias do mês de setembro de dois mil e dezenove, deu-se inicio a reunião ordinária do Conselho Municipal de Saúde de Rio Claro, às 19h00 na sala de reuniões da Fundação Municipal de Saúde, Rua 06, 2572 entre avenidas 30 e 32 – Centro.
Estiveram presentes na reunião, os seguintes conselheiros: Maria Helena Betanho Romualdo, Agnaldo Luís Biscaro e Leila Pizzotti, representando Associação de Moradores e Movimento Popular; José Domingos de Almeida, representando os Conselhos Gestores Locais; Eliana Cristina Vaz da Silva, representando Portadores de Patologia; Maria Clélia Bauer e Amanda da Silva Servidoni, representando a Fundação Municipal de Saúde; Eduardo Kokubun e Danilo Ciriaco, representando Entidade Formadora de Ensino Superior; Maria Valéria Di Donato e Diego Reis, representando Outras Secretarias ou órgãos da Prefeitura; Milena Di Grazia Zanfelice, representando os Trabalhadores da Fundação Municipal de Saúde; Dr. Álvaro Salvio Bastos Camarinha e Talita Camargo Claro Pedroso, representando Sindicatos e ou Conselho de Profissionais.
Justificou ausência: Hilda de Lourdes Uhlmann, Ariane Cristina Arruda Zamariola, representando Prestadores Privados contratados ou conveniados do SUS; Nádia Maria Augusta de Oliveira Joaquim, Marta Teresa Gueldini Linardi Bianchi e Sonia Conceição Devidé Minucci, representando os trabalhadores da Fundação Municipal de Saúde.
Estiveram presentes ainda, Karla Pereira, secretária executiva do CMS; Viviane Reginatto, Antonio Roberto da Silva, Cristiane Godoy Gava, Ananda Elis Caraski e João Gilberto da Silva.
Assuntos de pauta: I – Assuntos Gerais; II – Expediente: 1. Aprovação da ata de 20 de Agosto de 2019; III – Ordem do Dia: 1. Deliberação Projeto Centro de Especialidades Infantil; 2. Deliberação Programação Anual de Saúde – 2020; 3. Informes sobre processo eleitoral 2020-2021. O presidente, Sr. José Domingos saúda a todos e passa a discutir a pauta do dia.
I – 1. Karla informa que neste mês acontecerá a Audiência Pública de Prestação de Contas agendada para 25 de Setembro, às 19h30, no Plenário da Câmara Municipal. Informa que recebemos do Núcleo de Apoio à Saúde da Família e Atenção Básica (NASF – AB) um ofício informando a reestruturação na equipe, para atender as necessidades dos territórios, bem como, a reorganização da Saúde no município e por isso será substituído o profissional Educador físico pela fonoaudióloga. Recebemos convite para participar do II Seminário: “Valorização à vida e prevenção ao suicídio” que acontecerá em 27 de Setembro, das 13h00 às 17h00, no grupo ginástico rioclarense. Karla informou que o Sr. Bruno, gerente do NESTD, enviou para conhecimento do Conselho, as ações que vem sendo desenvolvidas na execução no Plano de Educação Permanente apresentado anteriormente. Apresentou à proposta “Grupo de Trabalho em Educação permanente – GTEP” cujo objetivo é formar um grupo de trabalho com pessoas de diferentes Unidades/setores que sejam protagonistas em suas respectivas áreas de atuação e que contribuam para a avaliação, planejamento, discussão critica, apoio, implementação e multiplicação de atividades e ações de Educação Permanente na Fundação. Apresentou ainda o Projeto “momento Educação Permanente” que tem por finalidade criar peças de divulgação de acordo com temas de interesse, como uma estratégia adicional de contínua atualização, reflexão e aprimoramento da compreensão do trabalho em saúde no SUS. As peças serão divulgadas entre os funcionários e também para usuários. Karla perguntou aos conselheiros se havia alguma proposta ou observação e não houve manifestações.
A Sr.ª Leila informa que foi divulgado nas redes sociais a alteração do itinerário de ambulâncias que não buscariam mais os usuários em suas residências e mais de 12 pessoas a procuraram para esclarecimentos. Destaca que mais uma vez a mídia sabe primeiro que o Conselho e desde já se coloca contrário à falta de informação e não concorda com a alegação da administração que foi para economizar recursos defendendo que deve ser tirado de outro setor. Na oportunidade solicita esclarecimentos sobre o caso do Sr. R.F.L mencionado na ultima reunião, pois o medico disse a família que a pedra na uretra tem 8 mm e que tentarão tirar na troca de cateter e que a cirurgia custa mais de R$ 12.000,00 não tendo previsão para ser realizada. Sobre o itinerário para transporte intermunicipal, a Sr.ª Maria Clélia esclarece que a modalidade com pontos estratégicos não é nova, já existia. Informa que a regra de transporte sanitário está definida pelo Ministério da Saúde destacando que as prioridades e exceções também estão determinadas na legislação e para esses casos sim, o transporte buscará nas residências. Sobre a apresentação ao Conselho, esclarece que não informou, porque não houve alteração, os pontos já existiam e estavam disponíveis no site.
O Sr. Domingos informa que foi abrindo exceções e acabou buscando todos em suas residências.
A Sr.ª Maria Clélia informa que estavam ocorrendo muitos abusos e ressalta que deve ser levado em consideração o motorista, que é o primeiro a sair de casa e o ultimo a chegar e que isso não estava sendo discutido, salientando que é necessário olhar para a Saúde do profissional e isso é questão de segurança, existem regras e precisam ser respeitadas. Sobre o caso mencionado, a Sr.ª Maria Clélia informa que o médico não deve informar o valor, pois o procedimento é pago dentro do teto repassado para Santa Casa e caso o mesmo tenha cobrado do usuário, deverá ser comunicada a Fundação para providencias. A Sr.ª Leila esclarece que não foi cobrado pelo médico, apenas informação.
O Sr. Diego Reis informa sobre a campanha de vacinação antirrábica que na área rural ocorreu de abril a junho, e comparado ao ano de 2018 teve um aumento de 6,20% nos caninos e 3,03% nos felinos. Sobre a vacinação urbana, informa que ocorreu de 17 de agosto a 15 de setembro, cinco finais de semana em 76 pontos fixos distribuídos por região. Comparado a 2018 houve um aumento de 3,10% de vacinação nos caninos e 2,45% nos felinos. Informa que a vacinação continua no Centro de Controle de Zoonoses, de segunda à sexta, das 7h00 às 15h30.
O Sr. Diego informa também da XIII Semana Interna de Prevenção do Acidente do trabalho, que ocorreu de 27 a 29 de agosto, no auditório do NAM – Núcleo Administrativo Municipal, com o tema: “Reportar incidentes é prevenir acidentes”.
O tema foi voltado para o funcionalismo e as palestras foram ministradas no período da manhã e a tarde com a participação de mais de 600 funcionários.
O Sr. José Domingos informa que recentemente passou na Câmara um Projeto de Lei para transportar pessoas com planos de saúde para atendimentos particulares e nesse sentido, propõe o envio de um oficio ao gerente do SAMU, para esclarecimentos.
A Sr.ª Maria Clélia esclarece que o manual de regulação do SAMU preconiza que a regulação deve ser para porta SUS e quando o paciente faz a escolha de ser atendido pela Saúde suplementar ele deve fazer o contato direto. Destaca que quando o atendimento é feito pelo SAMU ele precisa resguardar pelo usuário, então faz o primeiro atendimento, regula para a Unidade mais próxima para estabilização se for o caso, ou para o PSMI e quando feito os atendimentos necessários, a família pode contatar a saúde suplementar que deverá buscar o usuário para dar continuidade.
Informa que recentemente foi aprovada a Lei que a pessoa tem o direito de saber o numero do CROSS, porém para acessar o sistema é necessário ter “login e senha” e o numero do CROSS muda a todo o momento. Destaca que quando o paciente solicita a transferência do SUS para saúde suplementar, a regulação é médica. O Sr. Álvaro questiona se a regra é ir para o SUS mesmo quando a pessoa tem convênio, sendo esclarecido que sim, pois está estabelecido pelo protocolo nacional e destacando que no ato do atendimento não é possível saber se o plano está regular e que isso poderia dificultar o atendimento. Após explanação, será enviado oficio para a gerencia do SAMU para esclarecimentos.
II – 1. O Sr. José Domingos colocou em aprovação a ata de 20 de agosto de 2019, sendo aprovada por unanimidade dos presentes.
III – 1. A Sr.ª Cristiane, gerente da Saúde Mental inicia a apresentação do Projeto de reestruturação da RAPS Infanto-juvenil. Informa que atualmente são ofertados dois modelos de atenção, sendo atenção ambulatorial e atenção psicossocial, porem ambos os serviços atendem crianças e adolescentes.
O CRIARI atende crianças e adolescentes em sofrimento psíquico leve e moderado, com queixas de dificuldade de aprendizagem associadas ao sofrimento emocional e dificuldades na fala.
O CAPSij atende crianças e adolescentes com transtornos mentais severos e persistentes e aqueles decorrentes do uso nocivo de álcool e outras drogas. A Srª Cristiane apresenta as demandas atendidas pelos serviços e a forma que estão organizados e o modelo de atenção aos usuários, pois o CAPS tem um regime de atenção diária, sendo porta aberta. Sobre o CRIARI destaca que existe um grande numero de absenteísmo e quando isso ocorre, o atendimento é interrompido.
A Sr.ª Talita questiona se são feitas ações para minimizar o absenteísmo e a Sr.ª Cristiane esclarece que quando inicia o tratamento é feito um contrato terapêutico entre equipe e responsável pela criança e são passadas todas as informações. O atendimento no CAPS permite uma busca ativa para os casos necessários já no ambulatório não tem essa proximidade. A proposta do Centro de Especialidade Infantil é a junção dos serviços de saúde mental e saúde bucal.
A Sr.ª Cristiane informa que hoje o CAPSij atende apenas usuários do município e a proposta é ampliar para a região, como nos outros CAPS. Apresenta a portaria da RAPS que define todos os pontos de atenção e o objetivo proposto é reorganizar a RAPS garantindo a integralidade e uso dos recursos. Na elaboração do Projeto foi pontuado passo a passo sendo destacado que o projeto está em constante construção. Destaca que a Atenção Básica é a porta de entrada preferencial no SUS. Sobre a lista de espera do CRIARI, algo que gerou bastante preocupação, foi esclarecido que serão feitas quatro oficinas de acolhimento com as crianças e os pais para definição de ações interventivas e resolutivas.
A Sr.ª Leila questiona sobre as crianças atendidas pelo CHI e a Sr.ª Cristiane esclarece que estão em constantes conversas, pois são duas redes (Saúde Mental e Pessoa com Deficiência) que estão bem ligadas e grande parte dos atendimentos feitos pelo CRIARI são encaminhados pela Escola, com queixa de troca na fala, atendimento de fonoaudiologia. Houve bastante aproximação com o NASF e NESTD, pois as ações iniciarão no território e para isso é necessário um fortalecimento da rede. Ainda em consideração a alta demanda enviada pela Escola é necessário se organizar intersetorialmente e para isso a proposta é participar dos Fóruns intersetorial territorial realizados pelo CRAS que já ocorre há tempos, porém sem participação da Saúde.
Serão 21 profissionais organizados em equipes de referência para os territórios, para que facilite a informação e o cuidado do usuário. Ressalta que a Atenção básica é coordenadora do cuidado e ordenadora das ações e serviços.
A Sr.ª Cristiane fala sobre o acolhimento com classificação de risco, que hoje não acontece nos demais CAPS. Destaca a importância da escuta qualificada e que isso tem sido bastante conversado com a Atenção Básica, alias existe uma formação disponível e varias enfermeiras da Atenção Básica já fizeram.
O Sr. Domingos questiona se ficará apenas como identificação a placa do Centro de Especialidade Infantil, sendo esclarecido que serão divididas em duas recepções, para ambos os serviços.
A Sr.ª Disete manifesta sua felicidade em ver a apresentação do Projeto, pois é profissional de Saúde há 30 anos e seu primeiro emprego foi na Saúde Mental. Informa que em 2012 iniciaram a discussão e na ocasião tinha que ter sido feito o enfrentamento da patologização e informa que no momento o enfrentamento será severo, pois há anos a saúde “abraça” problemas da Educação e destaca que o grande desafio do projeto é a intersetorialidade. Dentre suas preocupações, menciona o atendimento regionalizado, pois a equipe é mínima para matriciamento e deve ser pensado em uma contrapartida dos municípios vizinhos e expõe sua preocupação na junção de saúde mental e saúde bucal, em virtude do “barulho” dos equipamentos odontológicos, sendo esclarecido que já não é como antes e a Sr.ª Cristiane reforça que a proposta é compor e desconstruir.
O Sr. Álvaro questiona quais especialidades funcionarão no prédio, sendo esclarecido que Mental e Bucal e questiona sobre os pediatras, sendo esclarecido que estão nas Unidades básicas tradicionais e as demais especialidades estão no CEAD. Após explanação, o Sr. José Domingos coloca em regime de votação e com a maioria dos votos favoráveis, o Projeto foi aprovado. As Sras. Leila e Eliana votaram contrárias ao projeto.
2. Karla informa que na pauta da reunião de maio foi apresentada a Programação Anual de Saúde – 2020 e após a analise da comissão foi devolvido para Fundação para adequação, porém os departamentos ainda estão finalizando, não ficando pronto a tempo de ser apresentado, portanto será pautado na próxima reunião.
3. Karla informa que na analise do processo eleitoral, identificou a necessidade de apresentar nova proposta de regimento interno, pois o regimento vigente é omisso em varias questões, porém quando finalizou o documento, foi pensado na proposta de adequação da legislação, considerando que a Lei do Conselho vigente, prevê a participação da Secretaria de Estado da Saúde, o que não poderia e até mesmo na representação de usuários deveria ser mais bem distribuídas às vagas.
Karla falou também sobre regras na participação do conselheiro, inclusive da participação em um mandato podendo ser reconduzido apenas mais uma vez. Nesse sentido, Leila destaca que é importante, pois o ex-conselheiro L.C.L.J mencionou em uma reunião que estava há 10 anos no Conselho e Karla destacou que isso aconteceu com outros conselheiros. Após apresentação do Projeto de Lei, Karla informou que o mesmo se aprovado, deverá ser enviado com uma justificativa para Procuradoria e Prefeitura para as providencias.
Em votação, a proposta do Projeto de Lei é aprovada por unanimidade dos presentes.
4. Nada mais a ser tratado, o Presidente, Sr. José Domingos encerra a presente reunião. Para constar, eu Karla Pereira, lavrei a presente ata que após lida e aprovada, será assinada por mim e pelos presentes.