O ano de 2015 acabou e não deve deixar saudades para muita gente, ao menos no que se refere à economia.
Com a divulgação do PIB (Produto Interno Bruto), os principais dados econômicos do ano já são conhecidos. Tirando poucas exceções, como a safra agrícola e o resultado de exportações e importações, a maioria dos indicadores bateu recordes negativos.
O UOL reuniu os principais indicadores. Confira:
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PIB – pior desde 1990
A economia brasileira encolheu 3,8% em 2015. É a maior queda desde que a atual pesquisa do IBGE começou a ser feita, em 1996. Se forem considerados dados anteriores, que começam em 1948, é o pior resultado em 25 anos, desde 1990 (-4,3%), quando Collor assumiu o governo e confiscou a poupança.
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Empregos com carteira assinada – pior desde 1992
Em 2015 o Brasil fechou 1,5 milhão de vagas de emprego com carteira assinada, segundo o Ministério do Trabalho. Foi o pior resultado desde que o governo começou a fazer esse levantamento, em 1992.
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Desemprego – pior desde 2003
A média do desemprego em 2015 foi de 6,8%, segundo o IBGE. O aumento foi de dois pontos percentuais em relação a 2014 (4,8%), na maior alta registrada desde que a pesquisa começou a ser feita, em 2003.
Julos/Getty Images
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Inflação – maior desde 2002
A inflação oficial no Brasil fechou 2015 em 10,67%, muito acima do limite máximo da meta do governo. O objetivo é manter a alta dos preços em 4,5% ao ano, mas com tolerância de 2,5% a 6,5%. É a maior inflação anual desde 2002 (12,53%).
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Rendimento da poupança – pior desde 2002
A poupança rendeu 8,15% em 2015, só que a inflação oficial foi de 10,67%. Ou seja: quem guardou dinheiro na caderneta viu seu poder de compra cair. É a 1ª vez que isso acontece em 13 anos. O cálculo é da consultoria Economatica.
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Dólar – maior alta desde 2002
O dólar começou 2015 valendo R$ 2,659 e terminou a R$ 3,948, salto de 48,49%. Foi o quinto ano seguido de alta, e a maior valorização anual desde 2002. Em 23 de setembro, o dólar atingiu R$ 4,146, valor mais alto no Plano Real.
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Bovespa – maior perda desde 2013
A Bolsa brasileira caiu 13,31% em 2015, maior perda desde 2013. A Bovespa atingiu seu menor nível no ano em 21 de dezembro, com 43.199,95 pontos. Foi o menor patamar de fechamento desde 1º de abril de 2009 (41.976,33 pontos).
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Juros – mais altos desde 2006
Desde julho de 2015, a taxa básica de juros (Selic) está em 14,25% ao ano. São os maiores juros desde agosto de 2006, quando a taxa também estava em 14,25%. A alta foi uma tentativa do Banco Central para controlar o avanço da inflação.
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Vendas do comércio – pior desde 2001
As vendas no comércio caíram 4,3% em 2015, pior resultado desde que a pesquisa começou a ser feita, em 2001, e a primeira queda desde 2003 (-3,7%). O tombo afetou segmentos importantes, como móveis, eletrodomésticos e combustíveis.
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Setor de serviços – pior desde 2012
O setor de serviços encolheu pela 1ª vez desde que a pesquisa começou a ser feita, em 2012. As empresas (salões de beleza, imobiliárias, oficinas mecânicas, hotéis etc.) faturaram 3,6% a menos em relação a 2014, descontando a inflação.
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Produção industrial – pior desde 2003
Puxada pelas montadoras, a produção da indústria brasileira caiu 8,3% no ano passado, no pior desempenho desde que a atual pesquisa começou a ser feita, em 2003. A crise atingiu 25 dos 26 setores pesquisados pelo IBGE.
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Emprego na indústria – pior desde 2002
O número de trabalhadores na indústria brasileira caiu 6,2% em 2015, no quarto ano seguido de queda. Foi o maior tombo registrado desde 2002, quando essa pesquisa começou a ser feita.
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Poupança – pior desde 1995
As pessoas tiraram muito mais dinheiro do que investiram na poupança: a diferença foi de R$ 53,6 bilhões em 2015, pior resultado desde que começou a pesquisa do Banco Central, em 1995. O motivo: a poupança rendeu menos que a inflação.
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Arrecadação de impostos – menor desde 2010
O governo federal arrecadou 5,62% a menos em 2015, descontando o efeito da inflação. O total foi de R$ 1,221 trilhão, o mais fraco desde 2010, quando chegou a R$ 1,191 trilhão.
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Dívida pública – maior alta desde 2006
A dívida pública teve a maior alta desde 2006, quando a pesquisa começou a ser feita, e fechou dezembro em patamar recorde de 66,2% do PIB (Produto Interno Bruto). No ano, o país gastou R$ 111,2 bilhões a mais do que arrecadou.
Fonte: Maria Carolina Abe, Afonso Ferreira e Ricardo Marchesan
Do UOL, em São Paulo
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