Em ano de eleição, surge uma enxurrada de pesquisas de intenção de voto que orientam estratégias partidárias, determinam as diretrizes e rumos das campanhas políticas, despertam e influencia financiadores de recursos de campanhas eleitorais e também os interesses do eleitor, influenciando-o em sua decisão do voto.
A pesquisa eleitoral é utilizada na tentativa de conhecer a intenção de voto dos eleitores.
Para realizar uma pesquisa eleitoral é necessário promover entrevista com cada indivíduo – eleitor apto a votar.
A técnica mais utilizada pelos institutos de pesquisas é o de cotas. Primeiramente, definir os Municípios que devem fazer parte da pesquisa. Depois de definir esse item, serão separados os bairros (setores) e regiões que tenham em média 1.100 habitantes. Na sequencia, por cotas como: faixa etária, grau de escolaridade, sexo, entre outros. Esses dados serão essenciais para que os entrevistadores realizem a pesquisa eleitoral. É relevante definir que o número de pessoas pesquisadas – eleitores – seja proporcional ao número de habitantes. Também existe outro método para realizar uma pesquisa eleitoral, a pesquisa por fluxo de ponto. Essa técnica de pesquisa é a mais rápida, porque o entrevistador fica em um determinado local durante algumas horas entrevistando de acordo com o fluxo de pessoas que passam no local. Podem ocorrer erros durante a pesquisa eleitoral, por ser essa pesquisa baseada em dados estatísticos, por isso, apresentam margem de erro correspondente ao tamanho da amostra. Não estabelecer ou estipular as margens de erro é um dos erros mais comuns durante o processo da pesquisa. Os resultados das pesquisas eleitorais sofrem mudanças, conforme o decurso tempo e desenrolar da campanha eleitoral.
A opinião pública é bastante mutável por diversas vezes quando sofre influências e estímulos. Essa opinião é bem dinâmica, por apenas trazer o diagnóstico daquele momento específico – período da pesquisa. Está provado que a pesquisa eleitoral tem gerado influência nos eleitores quando é reiteradamente divulgada na mídia. Os partidos políticos tem interesse em realizar pesquisa eleitoral, por colaborem na hora de definir e traçar estratégias partidárias durante as campanhas, também para definir qual o candidato do partido ou escrever discursos, esquematizar propagandas publicitárias e marketing, mensurar a sua influência, depois de ser disponibilizadas na mídia (televisão e rádio) ou corrigir as campanhas que não estão surtindo efeitos.
A pesquisa eleitoral pode também responder outras perguntas. Uma delas é descobrir quem estaria na frente da disputa em diversas situações, a quantidade de eleitores ainda indecisos ou que pretendem votar em branco ou nulo e, ainda quem sofre maior rejeição. As pesquisas eleitorais não trazem um único significado, cada pesquisa mostra algo novo de acordo com a situação que se deseja conhecer. No primeiro turno das Eleições Municipais de 2012, em 23 das 26 capitais de Estados, onde teve disputa eleitoral para a prefeitura houve algum erro e/ou falha nas pesquisas eleitorais divulgadas durante o período de campanha eleitoral e às vésperas da votação (boca de urna). Apenas não houve nenhuma contradição ou distorção nas pesquisas, considerandose a margem de erro estabelecida nas capitais de Campo Grande – MS, Fortaleza – CE e Macapá – AP, estes resultados ficaram dentro do previsto pelas pesquisas. Os resultados das Eleições Municipais de 2012, especialmente o primeiro turno, realizado no dia 7 de outubro próximo passado deixou evidente algumas distorções, erros e falhas dos principais institutos de opinião pública que, um dia depois, admitiram o problema, mas com justificativa tangente, sujeitando ao eleitor a culpa pelos erros e falhas de suas pesquisas. Com a proclamação dos resultados das Eleições Municipais de 2012 referentes ao primeiro turno, restou comprovado que, a maioria, das pesquisas eleitorais, não é confirmada pelas urnas, por não serem realizadas com cautela e cuidado, imparcialidade e segurança apropriada na coleta e mensuração dos dados pesquisados com as entrevistas e questionários aplicados e colhidos dos eleitores.
A única explicação tangente dada pelos institutos de pesquisa, quando são questionadas pelos meios de comunicação, como forma de se defenderem, faz a seguinte e tangente afirmativa: o povo (eleitor) muda de opinião com muita facilidade e os fatos novos que surgem durante as propagandas eleitorais no Rádio e na TV, normalmente influenciam no resultado das urnas. Porém, essa justificativa é um engodo, pois não reflete a verdade.
Conforme trabalho acadêmico-científico, desenvolvido e publicado anteriormente a realização do pleito eleitoral de 7 de outubro de 2012, com título: “Como Contestar Pesquisa Eleitoral?” , comprova satisfatoriamente a tese de que, nas pesquisas eleitorais, os institutos não adotam tamanhos de amostras, margens de erros e níveis de confianças apropriadas para suas pesquisas, bem como por cometerem distorções na forma de coleta de dados, manipulação e maquinação na mensuração dos dados e má-fé na hora da divulgação. Em período de eleição surgem várias pesquisas eleitorais por diversos institutos de pesquisas, divulgadas ao público, por meio de jornais impressos ou televisivos, mas sempre estamos atentos às pesquisas eleitorais para nos basearmos como está a intenção de voto do eleitorado entrevistado-pesquisado. Porém, não nos atentamos para as três variáveis essenciais que são inter-relacionadas: tamanho da amostra, margem de erro e nível de confiança, as quais podem fazer uma significativa diferença nos resultados.
A pesquisa eleitoral é realizada por uma técnica de amostragem referente à população em estudo – eleitorado apto de certa comunidade, região, Município e Estado – utilizando-se, muitas vezes, de dados oficiais de órgãos públicos: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, Tribunal Regional Eleitoral – TRE e Tribunal Superior Eleitoral – TSE, entre outros.
Mário Ferreira Neto, netoferreiramario@hotmail.com1 Orientador: Prof. Ms. Cárbio Almeida Waqued; carbiowaqued@uol.com.br2 MBA em Auditora e Perícia Judicial: IPECON – PUC/GO