Após pacote de corte de verbas de Geraldo Alckmin (PSDB), professores estaduais iniciaram greve por tempo indeterminado no último dia 13. Ao todo foram 3390 salas de aula fechadas e 23 mil professores demitidos. Alunos e professores de Rio Claro já sentem o impacto na pele.
Em assembleia na última quinta-feira (19/03), professores da Escola Joaquim Ribeiro optaram por aderir a greve estadual, em defesa da escola pública de qualidade. Além do Ribeiro, o movimento de greve está ganhando adesão por parte de professores e alunos de outras escolas, como José Cardoso e Batista Leme. Em alguns casos, coordenadores e diretores estão se valendo da massa de professores que foram desempregados para cobrir aulas dos professores em greve, o que fere a Lei n° 7783, de 28 de junho de 1989, que diz:
“O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.
Parágrafo único. O direito de greve será exercido na forma estabelecida nesta Lei.
Art. 2º Para os fins desta Lei, considera-se legítimo exercício do direito de greve a suspensão coletiva, temporária e pacífica, total ou parcial, de prestação pessoal de serviços a empregador.
Art. 3º Frustrada a negociação ou verificada a impossibilidade de recursos via arbitral, é facultada a cessação coletiva do trabalho.”
Professores ativistas redigiram uma carta explicativa aos pais sobre os motivos e a atual situação das escolas. Por parte dos alunos, há a compreensão e inclusive participação nas questões sociais pertinentes ao seu presente e futuro, uma vez que as universidades estaduais (Unesp, USP e Unicamp) também sofreram golpes violentos esse ano, evidenciando ainda mais uma tendência que já é clara de Mário Covas a Geraldo Alckmin: sucatear o ensino público em todos os níveis.
Nas escolas da rede já é comum o afastamento de professores por stress e/ou depressão. Professores idosos que já cumpriram seu tempo de serviço não conseguem concretizar suas aposentadorias, sendo obrigados a permanecer em sala de aula por jornadas exaustivas. Do outro lado, jovens professores recém formados amargam a frustração do desemprego, num plano de carreira negligente e excludente.
O corte da verba de manutenção e abastecimento das escolas, as deixou sem materiais mínimos de limpeza, sem reparos básicos de manutenção, e em alguns casos até sem papel higiênico para alunos e professores. Não bastasse o salário docente ser baixíssimo, já é comum a venda de rifas ou “vaquinha” entre os professores para garantir o funcionamento das escolas.
Alunos e professores de todos os níveis de ensino estão convocando um ato para o dia 26 de março (quinta-feira) no Jardim Público. A ideia é realizar um ato pacífico e um debate sobre o descaso público com nossas crianças, jovens e adolescentes.
As informações sobre a manifestação pode ser conferidas no evento no facebook: https://www.facebook.com/events/359073950962853/