Cursos de programação e empreendedorismo pretendem incentivar a criação de novos negócios
SÃO PAULO – O Facebook quer colaborar para o “desenvolvimento do ecossistema Econômico e de tecnologia no Brasil”. Esse é o conceito da iniciativa lançada na manhã desta segunda-feira, voltada a jovens da periferia de São Paulo.
O programa, batizado de “Estação Hack São Paulo”, ainda em fase de elaboração, promete oferecer bolsas de estudo a 7.400 jovens por ano nas áreas de programação, planejamento de carreira e gestão de empresas, em convênios firmados com parceiros da rede social. Os cursos devem começar em dezembro, em um prédio na Avenida Paulista, região central da capital.
O vice-presidente do Facebook para a América Latina, Diego Dzodan, disse que a empresa espera reforçar o comprometimento com o Brasil com o novo investimento.
— Vamos ajudar a formar o jovem brasileiro para algumas das profissões do futuro, dentro de um ambiente de estímulo à inovação — afirmou.
A companhia cita dados do estudo Networking Skills in Latin América, que aponta um déficit em torno de 160 mil profissionais nas áreas de tecnologia até 2019 apenas no Brasil.
As vagas serão divididas em cursos de tecnologia, entre eles o de desenvolvimento de aplicativos para adolescentes, por meio de bolsas para alunos matriculados no ensino médio de escolas da rede pública.
Na área de empreendedorismo, uma parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) vai oferecer workshops de administração de empresas e marketing digital.
— Essas oportunidades são particularmente importantes para o jovem entrar no mercado de trabalho. A Estação Hack vai oferecer milhares de bolsas com parceiros que já têm uma trajetória nos cursos oferecidos — disse Dzodan ao citar empresas parceiras do projeto.
Os critérios de seleção dos alunos não foi especificado pelo Facebook.
Segundo Dzodan, será o maior investimento da empresa na América Latina. No entanto, em entrevista ao GLOBO, o executivo não revelou o valor destinado ao projeto.
— Somos uma companhia de capital aberto e com várias restrições. A gente não divulga números, mas claramente já tem recursos definidos. Por isso, daqui até o fim do ano, esse espaço que você está vendo aqui vai estar terminado — justificou Dzodan.
Márcio França, vice-governador de São Paulo e secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, festejou a iniciativa do Facebook, que considerou uma alternativa às ofertas formais de educação.
— São Paulo tem tudo a ver com tecnologia e inovação e a gente fica muito contente de ter vocês aqui em São Paulo. O estado oferece hoje 420 mil vagas de ensino universitário gratuito, a maior do mundo. Mas a gente sabe que ainda é limitado. Milhões de pessoas queriam ter acesso a essas vagas e não conseguem. E o Facebook permite, entre outras coisas, esse acesso — resumiu.
Fonte: O Globo