A cantora Katy Perry, na cerimônia do Human Rights Campaign’s 2017, que aconteceu em Los Angeles, nos EUAImagem: Getty Images
Neste sábado (18), Katy Perry foi homenageada pelo Human Rights Campaign –grupo de defesa dos direitos civis dos LGBT nos Estados Unidos—por sua atuação em prol dessa comunidade. A cerimônia aconteceu em Los Angeles, nos Estados Unidos.
Em seu discurso ao receber a homenagem, ela falou sobre como foi superar os conflitos entre a criação religiosa que recebeu e a percepção de que a sexualidade “não era preta e branca”. Veja trechos da fala a seguir.
“Sou só uma cantora e compositora. Falo as minhas verdades e mostro minhas fantasias nessas músicas pop. Por exemplo: ‘I kissed a Girl and I Liked it’. Verdade seja dita, a) fiz mais do que isso [beijar uma garota]. E b) como ia conciliar isso com a cantora gospel criada em grupos de jovens pró-conversão gay? O que sabia era que estava curiosa, e, mesmo assim, sabia que a sexualidade não era preta e branca como esse vestido [em referência ao modelo que usou na premiação]. E honestamente, nem sempre acertei. Mas, em 2008, quando a música foi lançada, sabia que havia começado uma conversa, que boa parte do mundo parecia curiosa o suficiente para entrar nela.”
“Minhas primeiras palavras foram ‘mamãe’ e ‘papai’, ‘Deus’ e ‘Satanás’. (…) Quando estava crescendo, a homossexualidade era sinônimo de abominação e de inferno.(…) Então, por boa parte da minha adolescência, ignorei a homossexualidade. Mas, então, no meio de tudo isso, em uma reviravolta, encontrei meu dom, e ele me fez conhecer pessoas fora da minha bolha. Minha bolha começou a explodir. Eu não precisava temer essas pessoas, como havia sido ensinada. Elas eram as pessoas mais livres, fortes, amáveis e compreensivas que já conheci. Elas estimularam minha mente, encheram meu coração de alegria e dançaram enquanto isso acontecia. Essas pessoas são mágicas de verdade e são assim pois estão vivendo a verdade delas. Que revelação –e não é o último capítulo da Bíblia.”
“Tem sido uma longa jornada para mim e para vocês também. Sei que não é sempre seguro ser quem você é, mas eu não teria escolhido outra maneira. (…) Muitas das pessoas que eu admiro, confio e trabalho pertencem à comunidade LGBTQ [o Q se refere a quem questiona a própria identidade sexual] e, sem elas, seria metade da pessoa que sou hoje. Minha vida é rica por causa delas. São aliados que oferecem um espaço seguro para falhar, para não saber tudo e para cometer erros. Espero que esteja aqui como prova de que independentemente de onde você vem, o importante é para onde você está indo. Uma verdadeira evolução e mudança de percepção pode acontecer se abrimos nossas mentes e acalmarmos nossos corações. As pessoas podem mudar, acreditem em mim.”
Fonte: Uol