Devastado por um terrível terremoto em 2010 e por três anos de seca causados pelo fenômeno El Niño antes de ser atingido em 4 de outubro passado pelo furacão Matthew, o Haiti é o país com maior número de mortes (229.699) por catástrofes naturais – segundo a ONU.
De acordo com um estudo das Nações Unidas divulgado nesta quinta-feira (13), isso se dá tanto em termos absolutos quanto em relação ao total da população.
Nos últimos 20 anos, acrescenta o documento, 90% dos óbitos em catástrofes naturais foram registradas em países pobres, ou de renda média.
Os vínculos entre pobreza e catástrofes naturais são “muito claros” no caso do Haiti, explicou o representante especial das Nações Unidas para a Redução dos Riscos de Catástrofe, Robert Glasser, em entrevista coletiva.
“Considero realmente escandaloso e inaceitável que nós, à exceção do Haiti, tenhamos podido ver pela televisão como a tempestade se aproximava, enquanto era impossível avisar a população do lugar com alertas precoces, ou, quando se mandavam alertas precoces, não serviam de nada pela falta de formação da população”, lamentou.
Pelo menos 1,35 milhão de pessoas morreram em catástrofes naturais entre 1996 e 2015, diz o estudo, publicado por ocasião do Dia Internacional para a Prevenção de Catástrofes.
O texto, que contabiliza 7.000 catástrofes naturais, mostra que terremotos e tsunamis são os “maiores homicidas”, seguidos de perto pelos desastres ligados ao cima, informou a ONU em um comunicado.
“Os países de renda alta registram enormes perdas econômicas com as catástrofes naturais, mas, nos países com baixa renda, as pessoas pagam com a vida.”
Ban Ki-moon
Depois do Haiti, os países com maior número de mortes ligadas a catástrofes naturais são Indonésia (182.136 mortos), afetada pelo tsunami de dezembro de 2004 no oceano Índico, e Mianmar (139.515 mortos), varrido pelo ciclone Nargis em maio de 2008.
Na sequência, aparecem China, Índia, Paquistão, Rússia, Sri Lanka, Irã e Venezuela.
Na relação dos 20 países mais afetados também aparecem países ricos como França, Itália, Espanha e Japão.
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Foto: Carlos Garcia Rawlins/Reuters