Rio Claro Online: Em que ano surgiu o Head Bones?
Head Bones surgiu em 2010, anteriormente a banda chamava-se Entre Parentes, onde fazíamos covers de várias bandas, incluindo Misfits, da qual decidimos por um tempo fazer show tributo e mudar a apresentação da banda, nisso surgiu o Head Bones, que de 4 anos pra cá, resolvemos focar no nosso próprio som, concluindo o álbum “A Queda do Sistema”, com músicas focadas em revolução e protesto.
Rio Claro Online: Recentemente, passaram por uma mudança de formação. Como foi todo esse processo?
Recentemente sofremos com a perda irreparável do nosso Irmão baixista Reginaldo (RIP), que saiu da banda por motivos pessoais e saúde, desde sua saída contamos com a enorme ajuda e força dos baixistas de bandas amigas, Saulão do Processo Criminal, Mariones do Garrafa Vazia e Thaís do Funeral Sex que se desdobraram para tirar nossas músicas e ensaiar conosco para realizar alguns shows que estavam agendados, e fizeram apresentações memoráveis da qual somos muito gratos.
Depois disso, nosso vocalista Noët, mudou-se para outro estado e também teve que se afastar da banda, com isso tivemos que procurar um baixista fixo para voltar aos ensaios e nos virar com os vocais, nosso guitarrista Eberman em conversa com Rogério Jazz do Dezakato HC, lembraram do Felipe, Ex Delunes, que estava sem banda, aí surgiu o convite, e estamos firmes e focados nos novos projetos.
Obs, não temos intenção de colocar um novo vocalista, pois cremos que o mundo da voltas e o lugar do Noët no pedestal central está reservado.
Rio Claro Online: Eu, Mário Mariones, colei no último Carna Rock em Hell Claro, organizado pela Thaís Pancheri (Funeral Sex) e curti demais a apresentação de vocês e do Anemoma. O Head Bones fez um puta show massa, com baita vigor nos backing vocals, coesão como trio, e bastante energia nos novos sons. Aliás, me chamou bastante atenção a canção “O velho punk rocker”. Do que fala a letra? Como surgiu essa composição?
O velho punk rocker fala sobre as dificuldades de manter o espírito jovem durante a vida adulta.
Quantas pessoas conhecemos que passaram pela cena, tiveram banda ou curtiam os shows e hoje por conta do trabalho e ou família não tocam mais? Não colam mais no rolê? Fala sobre a desilusão com o mundo, com política, sociedade no geral e muitas vezes o que alivia tudo isso é encontrar velhos amigos, seja na cozinha de casa ou na mesa do boteco… A música foi baseada em uma história verídica, sabe aquelas manhãs em que acorda de ressaca e de saco cheio de ter que ir trabalhar, pagar conta, enfim: viver? Estava com a melodia na cabeça (Eber), começaram a surgir algumas frases, fui cantarolando e gravando no celular para não esquecer. Depois de achar as notas certas, gravei e mandei para o pessoal da banda, cada um veio com uma melhoria e assim foi…
Rio Claro Online: Felipe entrou agora no baixo. Gostaria que ele se apresentasse, falasse um pouco das influências e o que espera da banda nessa nova fase.
Felipe: Passei 5 anos longe de banda, o convite para assumir o baixo no Head Bones veio em um momento de mudanças na minha vida pessoal e logo de cara rolou uma afinidade muito boa com o Eber e o Romux, musicalmente e pessoalmente falando. (olhinhos brilharam e corações bateram mais forte kkk).
Não é fácil entrar em uma banda com uma imagem e conceito formado como o Head Bones, mas como os caras são muito gente boa não tive dificuldades em me adaptar.
Foram quase 10 meses de ensaios até nossa primeira apresentação em Rio Claro. Nas primeiras semanas priorizamos o álbum “a queda do sistema” e alguns covers para dar aquele entrosamento, dar a liga no trio. Depois começaram a surgir algumas ideias, todos sempre muito participativos e canções novas estão surgindo sem dificuldade. Eu me sinto confortável tocando com o pessoal, temos muitas infuências em comum, misfits e ramones são unanimidade, mas sou bem eclético, ultimamente tenho ouvido muito mukeka di rato, merda, os pedrero (que aliás estão com álbum novo, vale muito a pena conferir!), agnostic front, madball, dropkick murphys, rancid e por ae vai… Acredito que essa nova fase do Head Bones será uma boa e divertida surpresa.
Rio Claro Online: Quais os planos do Head Bones? Vem disco novo na praça?
Head Bones voltou com força total, pretendemos marcar o máximo de shows possíveis na agenda de 2018 e pretendemos até o final desse ano lançar mais um trabalho, o “gás está aberto” e novas músicas estão surgindo, cremos que esse ano será de grande importância para a história do Head Bones no Underground Rioclarense.
Rio Claro Online: O espaço é vocês! Sorta o verbo, rapeize!
Baseando-se nos comentários, experiências, opiniões de amigos, parceiros e do público que acompanha a gente, percebemos que conseguimos êxito em fazer um trabalho significativo na cena, atingindo nosso objetivo primário quando decidimos encarar o desafio de formar a banda autoral – isso foi de suma importância para que possamos dar continuidade em nossa atividade após tantas mudanças e dificuldades,
Com o “gás” renovado, estamos muito felizes e empolgados com o rumo da banda, os comentários continuam bons e as novas músicas foram muito bem aceitas.
O Noët, apesar de estar afastado, continua nos dando maior apoio na comunicação e vai fazer shows esporádicos com a gente, o que nos anima bastante – além de continuar a mantermos contato pelo respeito, parceria e broderagem que temos, que aliás, nunca vai se dissipar aconteça o que acontecer.
Os ensaios estão cada vez melhores e a química entre nós está excelente! Novas letras e pegadas estão surgindo e fazendo com que a gente se motive mais para que possamos surpreender e levantar essa galera, como sempre temos feito.
Vamos lutar com tudo para que consigamos continuar o trabalho na cena underground maravilhosa que temos aqui na região e torcemos muito para que todas as bandas que nela fazem parte continuem essa vigorosa energia que nos motiva e faz nosso coração palpitar e esquecermos da realidade de nosso país, nem que seja por algumas horas.