Um dos líderes do MBL (Movimento Brasil Livre), Renan Santos foi alvo um de protesto de manifestantes favoráveis à ocupação de escolas no Paraná no final da tarde desta sexta (28).
Santos havia comparecido à entrada do CEP (Colégio Estadual do Paraná), maior unidade ocupada no Estado, com outros integrantes do movimento.
Os integrantes do MBL estavam gravando vídeos nos arredores do CEP quando começaram a ouvir, em jogral, a leitura de uma reportagem do UOL segundo a qual o líder do MBL responde a mais de 60 processos na Justiça. Publicada em maio de 2016, a reportagem aponta ele sofria a cobrança de 4,9 milhões por ações na Justiça.
Rindo, em tom irônico, Santos respondeu a um dos professores da rede estadual, Diego da Silva, a própria idade — 32 anos. “É mais de um processo por ano [de vida]”, afirmou Silva, aplaudido por uma maioria de manifestantes a favor dos alunos.
O impasse durou ainda alguns minutos após a leitura do jogral, mas não houve confronto físico entre as partes.
“Faz parte”
Em entrevista ao UOL, o líder do MBL afirmou que o protesto, em forma de jogral, “faz parte do jogo democrático”. Ele negou que tivesse ido ao CEP para uma desocupação –o MBL tem mobilizado seus integrantes e simpatizantes a pressionar para que os alunos saiam das escolas.
“Não sou alvo de nada. É bacana, a gente faz parte de um jogo democrático. Não havendo violência, está valendo”, afirmou. “Hoje eu vim cobrir [a ação do movimento em frente à escola], vim filmar. O MBL não efetua as desocupações, ele as apoia”, encerrou.
Para o autor do protesto contra o líder do MBL, a ideia ocorreu após os atos de ontem, em escolas públicas estaduais, nas quais o movimento demonstrou apoio a alunos e professores que discordam da ação dos secundaristas.
“Não admito esse pessoal chegar aqui no Paraná e tentar deslegitimar um movimento como o dos professores e dos estudantes, que já são duas categorias muito sofridas, e incitar violência”, afirmou o docente.
“O que eles fizeram ontem em escolas quase acabou em tragédia e pancadaria. Então, voltei para casa, coloquei ‘MBL e corrupção’, no Google, e apareceu o nome do Renan. Olhei a matéria do UOL, gostei e trouxe aqui para ler”, explicou.
No caso do Colégio Estadual e de outras 24 escolas, a Justiça chegou a determinar a reintegração, mas a resistência dos alunos impediu que a ordem judicial fosse plenamente cumprida. O Estado tem cerca de 800 escolas ocupadas.
Fonte: Uol