Já são 583 os casos confirmados de bebês com microcefalia ou alterações no sistema nervoso central em 16 Estados do país, segundo o balanço divulgado pelo Ministério da Saúde nesta terça (23). Até a semana passada, eram 508 as confirmações.
Ainda há 4.107 casos com suspeita de má-formação ou problemas no sistema nervoso que continuam a ser investigados, distribuídos por 25 Estados (apenas Amazonas e Amapá não aparecem na lista). No último relatório, este número estava em 3.935.
Até o momento, 30 mortes de fetos durante a gestação ou após o parto foram confirmados para microcefalia ou alterações no sistema nervoso. Há outros 80 óbitos em investigação.
67 casos têm confirmação laboratorial
O órgão federal diz que, dos casos confirmados, 67 foram notificados por critério laboratorial específico para o vírus da zika. O ministério, contudo, parou de levar este número em consideração nas últimas semanas, pois acredita que tal “dado não representa a totalidade do número de casos relacionados ao vírus” e que “houve infecção pelo zika na maior parte das mães” que tiveram bebês com microcefalia.
Além da zika, a microcefalia em bebês pode ser causada por outros agentes infecciosos como sífilis, toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus e herpes viral.
Entenda o balanço
O controle dos casos está sendo feito porque diversos estudos já ligaram o vírus à microcefalia, embora ainda não se sabia se a zika sozinha é a causa da microcefalia ou se há outro fator que, por exemplo, facilite a entrada do vírus na placenta para causar a má-formação.
Hoje, todas as crianças que nascem com 32 cm ou menos de perímetro cefálico são alvo de investigação e passam por exames de imagem e consultas com médicos para confirmação ou descarte de problemas neurológicos, que incluem também lesões oculares e auditivas.
Até o momento, os casos confirmados de microcefalia por infecção congênita no país praticamente se igualam aos dados de 2012 a 2014, quando a notificação ainda não era obrigatória –e levanta-se a hipótese de que os dados são menores do que a realidade. No entanto, os especialistas consideram que houve um aumento significativo de casos mais graves de microcefalia no último trimestre de 2015.
A OMS reportou uma associação entre a existência do zika e o aumento da incidência da síndrome de Guillain-Barré em Polinésia Francesa, Brasil, El Salvador, Martinica, Colômbia, Suriname, Venezuela e Honduras.
Já com a microcefalia, a relação foi detectada no Brasil e na Polinésia Francesa.
Distribuição dos casos notificados de microcefalia por Estado
REGIÃO NORDESTE
Alagoas: 212 (102 em investigação, 25 confirmados, 85 descartados)
Bahia: 775 (582 em investigação, 120 confirmados, 73 descartados)
Ceará: 335 (256 em investigação, 33 confirmados, 46 descartados)
Maranhão: 181 (151 em investigação, 14 confirmados, 16 descartados)
Paraíba: 790 (440 em investigação, 59 confirmados, 291 descartados)
Pernambuco: 1.601 (1.188 em investigação, 209 confirmados, 204 descartados)
Piauí: 127 (81 em investigação, 32 confirmados, 14 descartados)
Rio Grande do Norte: 374 (275 em investigação, 76 confirmados, 23 descartados)
Sergipe: 188 (178 em investigação, 10 descartados)
REGIÃO SUDESTE
Espírito Santo: 73 (62 em investigação, 3 confirmados, 8 descartados)
Minas Gerais: 65 (27 em investigação, 38 descartados)
Rio de Janeiro: 256 (250 em investigação, 2 confirmados, 4 descartados)
São Paulo: 149 (119 em investigação, 30 descartados)
REGIÃO NORTE
Acre: 26 (26 em investigação)
Amapá: sem registro
Amazonas: sem registro
Pará: 11 (10 em investigação, 1 confirmado)
Rondônia: 11 (10 em investigação. 1 confirmado)
Roraima: 11 (11 em investigação)
Tocantins: 112 (95 em investigação, 17 descartados)
REGIÃO CENTRO-OESTE
Distrito Federal: 24 (5 em investigação, 19 descartados)
Goiás: 88 (80 em investigação, 6 confirmados, 2 descartados)
Mato Grosso: 173 (123 em investigação, 50 descartados)
Mato Grosso do Sul: 11 (5 em investigação, 1 confirmado, 5 descartados)
REGIÃO SUL
Paraná: 15 (2 em investigação, 13 descartados)
Santa Catarina: 1 (1 descartado)
Rio Grande do Sul: 31 (29 em investigação, 1 confirmado, 1 descartado)
Fonte: Uol