O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou nesta quarta-feira (5) que a rejeição do Congresso americano ao acordo nuclear com o Irã deixaria, como única opção possível, iniciar “outra guerra no Oriente Médio”.
Em discurso na American University de Washington, Obama defendeu a importância do acordo nuclear com o Irã, assinado mês passado, e que deve ser aprovado pelo Congresso dos EUA, dominado pela oposição republicana, que deve votá-lo em setembro.
Obama voltou a argumentar, como fez durante as negociações com o Irã, que uma ação militar seria “muito menos efetiva” do que um acordo para impedir que o regime iraniano desenvolva uma arma nuclear.
“Se aprendemos algo na última década é que as guerras em geral, e as guerras no Oriente Médio em particular, são tudo menos simples”, afirmou.
Na mesma linha, Obama se mostrou a favor de, com este acordo, dar “uma oportunidade” ao Irã, em um discurso desenhado do início ao fim para enaltecer a diplomacia em relação a guerra.
O presidente disse também que ainda está esperando que os críticos do acordo apresentem uma “alternativa melhor” ao pacto assinado em 14 de julho em Viena entre Irã e o Grupo 5+1 (Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido, França mais a Alemanha).
Se o Congresso barrar esse acordo, os EUA perderão “sua credibilidade” como líder da diplomacia em nível global, advertiu.
Para entrar em vigor, o acordo deve ser aprovado nos EUA pelo Congresso, assim como nos demais países signatários.
Os legisladores só poderiam anular a participação dos EUA no acordo se dois terços votarem nas duas Câmaras do Congresso nesse sentido, o que invalidaria o veto que Obama prometeu a qualquer legislação contra o acordo.
Obama se envolveu de maneira muito pessoal, dedicando tempo e esforços a campanha para tentar vender as virtudes do acordo aos congressistas e à opinião pública americana.
Dada a majoritária rejeição dos republicanos ao acordo, Obama está centrando seus esforços em convencer os congressistas de seu partido, Democrata, para tentar evitar que o acordo caia pelo Congresso.
O pacto assinado em julho limita a extnesão do programa nuclear iraniano de modo que não possa fabricar armas atômicas durante pelo menos dez anos, em troca da suspensão das sanções ao país ditadas pela comunidade internacional.
Para isso, a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) deve certificar até o final do ano que a República Islâmica cumpriu todos os compromissos assumidos. A Agência definiu com Teerã um calendário de atividades de verificação.
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Fonte: Uol