Com os juros no atual nível, quem tem dinheiro para investir deve dar preferência à renda fixa, recomendam especialistas.
Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da TOV Corretora, afirma que o cenário está bastante positivo para aplicações em renda fixa e muito incerto para o mercado de ações.
“Recomendo que o investidor evite o crédito privado (como CDB e LCIs, por exemplo) e dê preferência para os títulos do Tesouro Direto”, diz.
Para Paulo Figueiredo, diretor de operações da FN Capital, uma taxa de juros alta torna a renda fixa muito atraente, especialmente os títulos do Tesouro que pagam uma remuneração atrelada à taxa Selic.
Leandro Martins, estrategista da Rico Corretora, aconselha a compra de ações apenas quando o Ibovespa ultrapassar os 50 mil pontos (o indicador fechou em 47.025,87 pontos nesta quarta-feira). “Enquanto isso, é melhor aguardar.”
Veja, a seguir, mais dicas dos especialistas:
Poupança deve ser evitada
- Com alta dos juros, perde competitividade diante dos fundos de renda fixa, até mesmo daqueles que têm altas taxas de administração, acima de 1%
- Paga rendimento fixo de 0,5% ao mês mais TR. Por isso, não tira proveito da alta dos juros
- Aplicação só é melhor do que manter o dinheiro na conta-corrente; perde para todos os demais investimentos em renda fixa
- Até setembro, a poupança perdeu R$ 53,8 bilhões em recursos
Tesouro Direto é aplicação do momento
- Tesouro Selic, que acompanha a alta dos juros, é aplicação mais recomendada
- Não sofre com a marcação a mercado, que altera o preço do papel diariamente para baixo ou para cima
- Como sempre tem uma rentabilidade positiva, é indicado para o dinheiro de mais curto prazo
- Tesouro IPCA+, indexados à inflação, é opção para se proteger do custo de vida e garantir juro prefixado
- Tesouro Prefixado, cuja rentabilidade já é conhecida do investidor no momento da compra, é opção para diversificar
- No Tesouro IPCA e Prefixado, preste atenção ao prazo de vencimento. Quem tirar o dinheiro antes pode perder rendimento
- Silveira sugere colocar 40% em Selic e o restante dividir entre Prefixado e IPCA +
LCAs e LCIs são isentas de IR
- A maior vantagem é a isenção de IR
- Desvantagem: manutenção do dinheiro aplicado por um período (em geral, três meses)
- Está difícil encontrar papéis para aplicar, por causa da retração do mercado imobiliário e possibilidade de tributação
- Figueiredo e Martins recomendam papéis que paguem pelo menos 95% do CDI
- Silveira desaconselha o investimento, pois o mercado imobiliário está “derretendo”
CDBs: bancos menores pagam mais
- Melhor optar pelos pós-fixados, para acompanhar a alta dos juros
- Ideal é que a aplicação pague acima de 105% do CDI; há bancos que pagam até 120% do CDI
- Bancos maiores costumam pagar entre 85% e 90% do CDI; nesse caso, rendimento é inferior ao do Tesouro Direto
- Para obter mais rentabilidade, procure bancos menores. Para aceitar esse risco, é aconselhável limitar o valor do investimento a R$ 250 mil, atual garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC)
Bolsa: investimento de longo prazo
- Para quem não conhece o mercado, não é hora de entrar
- Para quem quer investir no longo prazo, para além de 2017, especialistas dizem que há empresas baratas e com bons fundamentos
- Sugestão de investimento: bancos, grandes exportadoras, siderúrgicas, seguradoras
Dólar: só compre se tiver despesas na moeda
- Quem tem gastos já programados em dólar, como estudos ou viagens, pode ir comprando a moeda aos poucos, para fazer um preço médio
- Se a viagem estiver próxima, terá de comprar de uma vez para não correr riscos
- Para quem quer investir, há opções como fundos cambiais e fundos nacionais que aplicam na moeda estrangeira
Fonte: Sophia Camargo
Colaboração para o UOL, em São Paulo