Cidadãos e especialistas questionam destinação dos recursos provenientes das vendas
A Câmara Municipal aprovou no dia 12 de junho os projetos de lei de autoria do prefeito Gustavo Perissinotto (PSD) que visam colocar à venda dois terrenos milionários em áreas nobres da cidade. A intenção da Prefeitura é arrecadar recursos para obras de infraestrutura em Rio Claro/SP.
O primeiro terreno, localizado no Jardim Figueira, possui aproximadamente 7 mil metros quadrados e está próximo à antiga linha férrea. Já o segundo terreno está situado no Residencial Copacabana, na Avenida 53, uma área considerada nobre. Com cerca de 8,9 mil metros quadrados, esse terreno foi avaliado pela Secretaria Municipal de Obras em quase R$ 6,1 milhões.
Alguns cidadãos argumentam que a proposta representa a perda de um patrimônio do município, uma riqueza que está sendo desperdiçada sem que se saiba ao certo onde serão aplicados os recursos obtidos. Vale ressaltar que a cidade já obteve recentemente um empréstimo, e agora outras áreas estão sendo fracionadas para leilão.
A opinião de especialistas também é divergente. Enquanto alguns defendem a iniciativa como uma forma de levantar recursos para investimentos em infraestrutura, outros questionam a falta de transparência no processo e a ausência de um planejamento detalhado para a aplicação desses recursos.
Diante desses questionamentos, é importante que a Prefeitura de Rio Claro esclareça de maneira transparente e detalhada o destino dos recursos provenientes da venda dos terrenos. Além disso, é fundamental que a documentação com a avaliação do valor do terreno do Jardim Figueira seja disponibilizada para garantir a transparência e a participação efetiva dos cidadãos no processo de decisão.
Enquanto a venda dos terrenos milionários se encaminha, os moradores e demais interessados aguardam informações claras e precisas sobre a aplicação dos recursos, visando o benefício coletivo e o desenvolvimento sustentável de Rio Claro.
As áreas, localizadas na Avenida 3-F, totalizam 42,5 mil metros quadrados e têm avaliação mínima de R$ 8,5 milhões.
Um dos terrenos possui 24.407,95 metros quadrados, enquanto o segundo tem 18.133,67 metros quadrados. A aprovação do projeto pela Câmara Municipal gerou intensos debates entre os moradores do Parque Flórida, que expressaram preocupação com a diminuição das chances de construção de escolas, unidades de saúde e áreas de lazer na região. A venda do patrimônio público é vista como um obstáculo para o desenvolvimento local.
O projeto de lei foi enviado para o Legislativo em junho e foi votado com urgência.
O prefeito Gustavo Perissinotto justifica a venda dos terrenos como forma de angariar recursos para obras públicas, mas não especificou quais seriam essas obras. De acordo com o relatório da Comissão Permanente de Avaliação de Imóveis, o primeiro terreno, com 24 mil metros quadrados, possui valor mínimo estimado em R$ 4,8 milhões, enquanto o segundo terreno, de 18 mil metros quadrados, tem avaliação mínima de R$ 3,7 milhões.
A atual gestão da Prefeitura de Rio Claro vem obtendo aprovações na Câmara Municipal para projetos de lei que autorizam a venda de imóveis públicos.
À medida que a Prefeitura se prepara para leiloar os terrenos, a população aguarda esclarecimentos sobre os projetos e investimentos planejados para a cidade, é essencial que haja transparência na destinação dos recursos arrecadados e um diálogo aberto com os cidadãos.