O Exame Nacional do Ensino Médio de 2016, marcado para os dias 5 e 6 de novembro, deve ser o último a seguir o modelo em vigor. Sob Michel Temer, o governo planeja introduzir modificações no Enem. Os ajustes virão nas pegadas da reforma do ensino médio, em tamitação no Congresso. A ideia do Ministério da Educação é promover as mudanças na prova gradualmente, sem alvoroço —uma parte em 2017, outra em 2018.
É grande a preocupação do governo em não produzir ruídos que possam perturbar a rotina dos estudantes a um mês da prova de 2016. Responsável pelo Enem, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) foi orientado a evitar o debate público sobre as mudanças que estão por vir. Antes, a pasta da Educação quer assegurar o bom andamento da prova do mês que vem e a aprovação no Congresso da medida provisória sobre o novo ensino médio.
De acordo com o que apurou o blog, as mudanças no Enem serão guiadas por duas premissas: facilitar a vida dos estudantes e ajustar o exame ao currículo mais flexível do novo ensino médio, a ser definido em 2017. Cogita-se, por exemplo, aplicar a prova num único dia, não em dois dias, como é hoje. Isso pode ocorrer já no ano que vem.
Buscam-se, de resto, maneiras de adaptar a estrutura pedagógica e científica da prova ao conteúdo que passará a ser exigido dos alunos depois que eles puderem escolher as disciplinas às quais se dedicarão com mais afinco na metade final do ensino médio. Isso deve ficar para 2018.
Se o plano do governo for aprovado pelo Congresso, os estudantes terão uma sala de aula diferente a partir de 2018. Hoje, todos os alunos são obrigados a aprender nos três anos de duração do ensino médio o conteúdo de 13 disciplinas —português, matemática, inglês, espanhol, química, física, biologia, artes, educação física, história, geografia, filosofia e sociologia.
Com a reforma, os alunos serão submetidos, na primeira metade do curso, a um currículo obrigatório mais enxuto. À exceção de português e matemática, outras disciplinas podem ser excluídas da grade. A nova Base Nacional Curricular, que fixa o pedaço do currículo que é obrigatório, será definida no primeiro semestre de 2017.
A ideia é que na parte final do curso, com um ano e meio de duração, o aluno possa escolher livremente as disciplinas que deseja cursar. Daí a necessidade de alterar o Enem, de modo a garantir que a prova avalie a aprendizagem do pedaço obrigatório do currículo e também das disciplinas nas quais o aluno decidirá se aprofundar, guiando-se por suas aptidões e interesses.
Fonte: Uol
Por Josias de Souza